quinta-feira, 31 de julho de 2014

Presente na alma

 Gosto de guardar na alma
situações, momentos inatingíveis
e tudo que me fez sair do mundo real!
Não quero esquecer!
Minutos que duraram o suficiente para sentir
a órbita da Terra parar... E parava mesmo!!!
Eu constatei
e senti
e vibrei.
Não quero apagar algo que
me fez enxergar a mim mesmo,
a conhecer melhor minha alma,
Conflitos? Muitos! de várias espécies
mas, supero!
Um dia Sol, sorrisos
outro dia ventos, devaneios!
Chuva, lágrima!
Lua! Lua? A Lua!
Mesmo quando não a vejo, sei
que está lá e nunca esqueço.
Escrevo porque transbordo!!

Renascer a cada amanhecer

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O fogo que na branda cera ardia


 
O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.
Como de dois ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.
 
Luís de Camões

Não Digas Nada!

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.

Fernando Pessoa
                 

         
 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

? ? ?

Seguindo por um caminho "conhecido",
encontrando algumas surpresas,
mas sempre percorrendo por ele.
De repente o caminho mudou totalmente
de direção e agora, mal eu o vejo!
Palavras soltas  circulam por esse
caminho na qual a direção parece estar
totalmente inversa diante da realidades
dos fatos e sentimentos.
Qual seria resposta para tal situação?
Muitas palavras rodeiam e nada de realmente
de concreto se fixa nesta realidade de
encontros e desencontros.
O fato de algumas palavras traduzirem que a
"vida está sobre controle",
dentro do possível, por incrível que pareça já
é o suficiente para a calma de minha alma.
Situações ainda desconhecidas levam a esta
situação "Louca", totalmente fora do normal.
O céu, a Lua  e as Estrelas continuam ao
meu lado, sempre...
Preciso apenas reencontrar de volta ao "caminho..."




Renascer






terça-feira, 13 de maio de 2014

Janela da alma

Envolta por sua própria alma ela caminha até a janela, observa a Lua e as estrelas. O  céu está encoberto, más é possível visualizar o brilho  mesmo que ofuscadas pelas nuvens negras  no céu.
A tensão rodeia a esperança, e o sentimento de gratidão lhe é evidente diante da grandeza de estar e fazer parte do Universo que transpõe toda sua energia fazendo com que ela reaja e perceba a imensidão de  chances e oportunidades de encontrar-se.
O olhar perdido nas estrelas fixamente a um ponto específico em que a faz ter pensamentos lineares e confiantes, acreditando em um breve amanhecer com raios de Sol, iluminando sua alma, transformando, renovando toda energia ao seu redor.
Ela está na janela envolta de sua própria alma.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O Tempo Transforma

Em um casulo,
casualmente me escondi, perdi o caminho que me conduzia
ao centro do ponto de equilíbrio,
Da minha essência.
Tudo que transparece refletindo multicores intrinsecamente
tornou-se cinza.
A alma procura seu próprio caminho,
Um caminho do bem e do mal.
Do sim e do não.
Razão e emoção.
O tempo transforma, mostra, ensina.
Viver intensamente, valorizando e
respeitando a cada minuto de
inspirar e respirar de
sentir e estar.
Em pílulas as cores voltam a surgir e a iluminar.
E até a cor cinza volta a ter seu tom, seu brilho.
Diante
da magia do Universo que envolve uma vida.
Até os sabores tornam-se mais presentes.
Os sentidos voltam a ser aguçados pelo mistério
de simplesmente Ser e Estar!


Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

                                                                                 Paulo Leminski